domingo, 7 de abril de 2024

Permaneço amarrado a você.

Meus olhos há muito se perderam
num horizonte não mais nosso
vagando de sede e de saudade à tua procura,
de se perderem outra vez dentro dos teus
ao olhar d'outro lado
de um mundo distante
bradando ao universo por um capricho,
pela falta de um adeus

Minhas pernas não são mais as amarras
que me prendiam às tuas
meu peito não é mais a morada da tua tez
meus braços não enroscam mais
teu pescoço e teu cabelo
meu espelho não distingue mais quem sou eu,
quem tu és

Nossos corações perduraram unos,
entrelaçados
bailando colados
em meio aos nossos lençóis 
testemunhas e cúmplices
do quanto fomos e do quanto somos
um só beijo, um só toque,
um só sonho e uma só voz

Outrora flutuando em outras enceadas,
tuas velas encontraram o caminho de casa
e aportaram ao meu calvário
trazendo uma brecha ímpar,
única,
uma faísca de loucura, de coragem,
uma resposta ao meu lamento solitário

Meus olhos reagem aos teus
assim como faz meu apelo à tua pele
que estava sob alcance do meu céu,
do meu mar
provando em seu infinito
a Mário e a mim
a intrasitividade do verbo amar.

Cya, lobster.


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