sábado, 13 de abril de 2019

Fuck you, fuck me. Fuck us all.

Uma vez depressivo, o poeta se apoia na ideia de que os eufemismos, com sua poderosa licença poética diante das obrigações gramaticais, o convença de que os problemas e as mazelas da vida não são tão graves quanto parecem ser.
Introdução devidamente apresentada, posso dizer eu, como poeta, que a vida é uma constante agressividade contra o eu-lírico, que constantemente tenta encontrar desculpas esfarrapadas e os próprios eufemismos pra continuar num caminho sem sentido e sem futuro aparente pela simples e singela motivação do inesperado, do desconhecido, tão atrativo aos seres humanos comuns e a esse próprio poeta, correndo e nadando contra a maré da realidade.
Dito isso, sou obrigado a afirmar que a vida é um amontoado de eufemismos - sim, insisto - para que esses tornem essa existência uma coisa um pouco mais afável ou no mínimo menos desagradável.
Hoje entendo o porquê de todos os poetas que existiram antes de mim - e os que hão de existir - questionam insistentemente o sentido da vida e porque somos e estamos. Não é a vontade de viver, mas a insistência em resistir ao deixar de viver que nos mantém aqui, de pé, em frente ao palco da vida que nos prometem a esperada, dentro da existência e além dela, uma vida eterna.

Bukowski, como uma das minhas maiores influências romancistas, já demonstra que estamos aqui para sofrer, e que nem a embriagues, como a que busco, nos salvam de refletir sobre o inferno que vivemos nessa, e não em outras vidas, atados ao eterno chicoteamento e torturamento que o simples fato de sermos os vencedores de uma corrida que nos premia como uma existência pífia e minimalista diante de um universo imenso onde nosso papel não é sequer digno de iluminação ou abertura de cortinas.

Aceitemos nossa pequenez. Ou se iludam com a grandiosidade que vos é vendida - o que acho mais possível.

Cya e um pau no seu cu.

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