quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Vire a página do dia, leia as letras na folha fina.

"A lágrima que corre trás o peso do cansaço.
Trás o sangue que escorreu fora das veias do coração machucado.
Situante na angústia e morador do desespero, os pés caminham em direções desconhecidas,
distintas, sem planejamento.
O que é a dor?
A solidão chama, o silêncio grita.
As paredes aos poucos diminuem. Sufocam.
Sem forças, a garganta falha. Não produz som.
Inspira. Expira. Respira. Não pira.
Qual o peso da culpa?
Caminhos tortos, pouca luz.
O vento corta a alma, enche os pulmões.
Olhos e dentes cerrados.
Doemos menos se amamos mais.
Calor na ponta dos dedos.
Feito um choque, chega o toque.
O mundo para. O tempo para. O medo para.
Não pensa. Mas para. Entende.
O som cessa. A música começa.
Que música?
Nossa música. Aquela que ouvimos na inocência de um dia chuvoso.
Frente à frente.
Onde estamos? Não estamos.
Somos. Somamos. Compartilhamos.
Ainda dói? Dói. Me deixa ver.
Não vai. Fica.
Me deixa ficar.
Com calma. Com alma.
Da soma, subtração.
Dois corpos.
Sem motivo. Razão." - Gabrielle T. Benatti.

Sempre que possível, tenho a oportunidade e o privilégio de compartilhar aqui as grandes obras dos poetas, famosos ou anônimos, que iluminam as ruas escuras da vida com a maestria e a magia de transformar as dores e as delícias - ímpares e ainda assim tão comuns - em palavras. Esse, pra mim, é um dos melhores de todos. Deleitem-se, caros leitores.

Cya.

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