O blog sempre teve seus momentos. Seus picos de otimismo, de depressão, de aconchego e de solidão. Ele também teve seus hiatos. Hiatos em que eu procurava em mim justificativas pra mim mesmo, os "comos" e os "porquês" eu deveria dar uma pausa nessa conexão entre o Dante daqui de dentro e o Dante daqui de fora. O daqui de fora é um completo babaca, o de dentro é um perigo. Como disse o Chester, "sei que quando estou em minha cabeça, esse crânio entre minhas orelhas é um lugar ruim, não deveria ficar sozinho aqui. Há um Chester em minha mente que quer me derrubar (...)". O Dante daqui de dentro passa o dia me testando, me desafiando, me sabotando. O de fora, em compensação, passa o tempo fragilizando-se pelas pancadas que vêm de dentro e das que vêm do mundo, se sentindo um imbecil inútil e fracassado, que sempre que leva um tapa sente vontade de se jogar ao chão, assustado, procurando uma posição confortável pra se encolher e chorar esperando que tudo acabe, e ainda assim se sente na obrigação de fazer isso sorrindo. Mas onde o blog se encaixa nisso? Ele é o resultado dessa disputa por espaço. Ele é o pus em palavras que escorre entre a batalha que os meus anticorpos psicológicos e as bactérias sentimentais travam. Ele é o reflexo e a personificação de tudo o que eu me torno à partir do momento em que esses dois Dantes se unem: Uma cicatriz amarga de uma ferida purulenta. Que não amarga só a minha boca, não. Mas a de todo mundo que me tem ao alcance do paladar. Não é sobre estar doente, realmente. É sobre ser doente. E por que essas palavras machucam tanto? Porque eu sou a doença. Esse hiato é minha quarentena.
Sem "cya" por hoje.
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