Se quiser me encontrar, siga o rastro de sangue que eu deixo pelo chão. Já sangrei antes, todas as vezes que me atirei na frente das balas. Gotejei, fraquejei, mas as pernas permaneciam firmes porque os olhos me mantinham no foco. Eu via a luz. Agora o sangue jorra do peito, minha visão turva e rubra não me deixa identificar o que sou eu, o que é dor. Certas horas parecemos a mesma coisa. Disforme, causa arrepios até pra quem olha. Se quiser me encontrar, que não seja pra me matar. Dói mais que me deixe vivo, até que eu esgote e feneça. Morte lenta, torturante, tortuosa. A morte rápida me é negada, assim como uma vida feliz também é. Tive que assistir meus sonhos e minha paz indo embora pela porta da frente, e eu, de mãos atadas, vi meu peito abrir, deixando fugir a melhor parte de mim. Se quiser me encontrar, siga o rastro de lágrimas que eu deixo pelo chão.
Cya.
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