Eu passei boa parte da minha vida perseguindo e criticando certas doutrinas ensaiadas. Nem sempre pra procurar respostas ou verdades, certas vezes era só pra ser chato. De uns tempos pra cá eu me tornei menos idiota, preferi observar as outras pessoas se afirmando, se contradizendo ou desafiando os outros de lá dos bastidores ou de uma suposta platéia. Mas óbvio que nada seria tão simples, e eu acabei chegando à certas conclusões, como por exemplo a de que quanto mais você se afasta de ser idiota em um ponto, você sempre acaba sendo mais idiota em outro. Funciona meio que como uma gangorra que nunca tá equilibrada, a vaca nunca fica em cima do muro. E nessa corrente de descobertas, cheguei também á conclusão de que essa chatice nunca sai de você, afinal hoje em dia eu me pego discordando, duvidando e me indagando sobre as filosofias que eu mesmo acredito, afirmo e defendo feito um idiota. Pra concluir esse caminho, acabei concluindo que tanto as tais "minhas filosofias" quanto as obras ensaiadas das doutrinas dos outros são só discursos bonitos. Sempre só discursos bonitos. Pessoas matando-se e matando umas às outras em busca de motivos e razões para existirmos, pra onde vamos e de onde viemos, ensaiando coros de positividade e otimismo - inclusive os próprios que eu prego -, enquanto talvez nós só sejamos animais totalmente inúteis - pra não dizer nocivos - à nossa querida natureza e que tentamos ocupar esse buraco de seres patéticos com preenchimento de ego e desculpas espirituais.
Antes do casual "cya" de todo final, me permito um post scriptum rápido: Eu ando meio negativo, sem esperança nas coisas e nas pessoas, mas é tudo fase - eu acho. A positividade e otimismo práticos - dos quais eu gosto bastante - já devem estar pra voltar - eu acho. Mas eu gosto de externar essas reflexões imbecis, é bom pra futuras consultas, um manual de "como não voltar a ser/pensar". A vida é um ciclo, e não é especulação, isso é um fato.
Abraços fraternais e calorosos. Cya!
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