Por muitas vezes eu esquecia o quanto Gail era linda. Eu me surpreendia e sentia um choque a cada vez que a encontrava depois de alguns dias sem vê-la, nem minha lembrança ou minha imaginação conseguiam conceber que ela fosse tão encantadora. De longe, sentada sozinha na mesa do shopping, parecia uma flor no deserto de tão contrastante que era o brilho dela em relação aos meros mortais aglomerados a sua volta. Me aproximei e beijei-a no rosto, deixando que me preenchesse o perfume doce.
Uma das sensações mais gostosas da noite era ouvi-la esbravejando comigo porque eu brincava com a comida ou eu não ouvia direito o que ela dizia. Em minha defesa, a maneira com que os lábios dela dançavam e os olhos me fitavam me tiravam do planeta e me impediam de ouvir as palavras, por mais suave que sua voz fosse.
No cinema, eu desaprendia a respirar em cada toque das suas bochechas se encaixando no meu ombro, cada vez que sua mão percorria minha perna buscando encontrar minha mão depositada no joelho, enlaçando nossos dedos. Em cada vez que chegava ao meu ouvido pra sussurrar algo baixinho sobre a história e suavemente se virava pra ouvir minha resposta, cada vez que seus olhos de ressaca me tragavam pra dentro da sua alma e eu era sequestrado pela vontade de tocar seus lábios e ouvir sua respiração quente beijar meu rosto de volta.
Andar de mãos dadas e observá-la sorrir a cada tentativa minha de provocá-la, tentando adivinhar se, ao caminhar, nossas almas acompanhariam o sentido em que nossos corpos seguiam, fazendo com que elas se misturassem em nós como os nossos dedos faziam no lençol da cama que foi testemunha tantas vezes do quanto nossa sintonia era de um só, fazendo com que qualquer conto parecesse algo desinteressante perto das nossas infinitas histórias de amor.
Não era um sacrifício escutá-la contar sobre seu dia, sua vida, tampouco aceitar o filme que ela escolhesse ou seu bico ao discordar das bobagens que eu dizia. O que doía mesmo era ter que ir embora no fim da noite e deixar um pedaço de mim pra trás nas mãos dela, só esperando que ela o guardasse bem, até a próxima vez que a vida me permitisse reencontrá-la e me lembrar, mesmo que de leve, o quão bom é ter a vida roubada por um motivo que valesse à pena.
Cya.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
Tirar a dor com a mão.
Duncan não gostava de cigarros porque o cheiro o incomodava; não bebia whisky porque não conseguia apreciar o sabor. Acabou por tentar aquecer o peito com a fumaça, tentar disfarçar o gosto amargo da garganta com o álcool. Os casais na rua o incomodavam, as músicas de amor o entediavam e os filmes de romance o enauseavam; suas preferências viraram do avesso. Sempre gostou de tudo preto e, por ironia, a ausência de cor tomou conta por completo do seu mundo. Isso o entristecia. O que havia de melhor não era bom o bastante. Seu melhor não era bom o bastante. Não existia mais saudade, era nostalgia - no seu sentido mais literal. Algo que não estava mais ali e que doía. E como doía. Como pode? Era claro, mas não dava pra entender. A culpa que ele assumia, as fotos que ele rasgava, as lágrimas que rolavam do rosto tanto quanto ele mesmo rolava pela cama que ficara mais larga. Os meses se passaram mais rápido do que as extensas horas de insônia, mesmo que aqueles meses tivessem sido uma vida pra Duncan. Vida curta que passou por outros abraços, tão melhores que os dela, mas não eram os braços dela. E o que ele podia fazer? Qualquer coisa que talvez ela podia ter feito também, se doesse nela tanto quanto. "Gail"! Cada pronúncia era uma ofensa, era um amargo a mais que se acumulava, um a mais que o whisky insistia em tentar remover. Disfarçar. Embora o gelo não fosse tão frio quanto o vazio. Vazio na vida que perdia o sentido porque se acostumara a viver por outra causa que não fosse a sua. Causa perdida, que alguém um dia gravou e jurou amar. Ele, perdido, que alguém um dia jurou amar.
Cya.
Cya.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
Babaca, ataca quem luta por ti.
"Se o diabo amassa o pão, você morre ou você come?
Eu não morri e nem comi, eu fiz amizade com a fome!" - Projota.
Cya.
Eu não morri e nem comi, eu fiz amizade com a fome!" - Projota.
Cya.
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Desabafo.
Eu venho com frequência encarar a tela branca e a barra de texto piscando. Cheio de idéias idiotas na cabeça, mas sem encontrar uma maneira coerente de vomitá-las. É desesperador.
Cya.
É melhor que sofrer.
"Deixa pra lá
Que de nada adianta esse papo de agora não dá
Que eu te quero é agora
E não posso e nem vou te esperar
Que esse lance de um tempo nunca funcionou pra nós dois
Sempre que der
Mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez
Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem
Ou deitada nos braços de um outro qualquer
Que é melhor
Do que sofrer
De saudade de mim como eu tô de você, pode crer
Que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo
Imagina só pra você
Quero é te ver
Dando volta no mundo indo atrás de você, sabe o quê
E rezando pra um dia você se encontrar e perceber
Que o que falta em você sou eu." - 5 a seco.
Cya.
Que de nada adianta esse papo de agora não dá
Que eu te quero é agora
E não posso e nem vou te esperar
Que esse lance de um tempo nunca funcionou pra nós dois
Sempre que der
Mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez
Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem
Ou deitada nos braços de um outro qualquer
Que é melhor
Do que sofrer
De saudade de mim como eu tô de você, pode crer
Que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo
Imagina só pra você
Quero é te ver
Dando volta no mundo indo atrás de você, sabe o quê
E rezando pra um dia você se encontrar e perceber
Que o que falta em você sou eu." - 5 a seco.
Cya.
sábado, 3 de fevereiro de 2018
Your love is just a lie.
"Amor, quando o nosso vinho amargar ou perder o sabor
Quando a maquiagem borrar e as fotos perderem a cor
Tu ainda vai querer me aquecer quando não me restar nem calor?
E, quando o cigarro apagar, vai ter valido a pena as cinzas e o frescor?
Quando a nossa música tocar, tu ainda vai lembrar do ritmo?
Quando o mundo me machucar, tu ainda vai querer curar minha dor?
Tua voz e tua respiração são meus sons preferidos
Mas, quando eu esquecer de viver, teu olhar ainda vai me lembrar quem eu sou
Ainda vai querer acordar com meu toque e minha voz no ouvido?
Tua vida ainda vai ter sentido se a nossa for tudo o que te sobrou?
Quando chegar o cansaço, meu abraço ainda vai ser teu abrigo
Mas, quando a vida acabar, ainda vai querer ir pro mesmo lugar onde eu vou?
Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo?
Ainda vai ouvir o que eu digo, mesmo quando eu só quiser falar de amor?
Ainda vai tentar me entender quando eu não fizer mais sentido?
E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?" - Luiz Lins.
Cya.
Quando a maquiagem borrar e as fotos perderem a cor
Tu ainda vai querer me aquecer quando não me restar nem calor?
E, quando o cigarro apagar, vai ter valido a pena as cinzas e o frescor?
Quando a nossa música tocar, tu ainda vai lembrar do ritmo?
Quando o mundo me machucar, tu ainda vai querer curar minha dor?
Tua voz e tua respiração são meus sons preferidos
Mas, quando eu esquecer de viver, teu olhar ainda vai me lembrar quem eu sou
Ainda vai querer acordar com meu toque e minha voz no ouvido?
Tua vida ainda vai ter sentido se a nossa for tudo o que te sobrou?
Quando chegar o cansaço, meu abraço ainda vai ser teu abrigo
Mas, quando a vida acabar, ainda vai querer ir pro mesmo lugar onde eu vou?
Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo?
Ainda vai ouvir o que eu digo, mesmo quando eu só quiser falar de amor?
Ainda vai tentar me entender quando eu não fizer mais sentido?
E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?" - Luiz Lins.
Cya.
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